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UNIMED SERGIPE 23 ANOS

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Passou desapercebido pela maioria das pessoas o dia da fundação da Unimed: 13 de janeiro.

Em 1984, há 23 anos portanto, Ailton Pita Falcão e Neide Costa Tavares, mais 18 médicos, reunidos em uma pequena sala da Sociedade Médica de Sergipe, fundam a Unimed Aracaju, que no entanto só vem a funcionar 9 meses depois, em novembro do mesmo ano. Demoramos a ter uma Unimed. A de Santos, a primeira, funcionava desde 18 de dezembro de 1967, sob a inspiração de Edmundo Castilho, criada sob o enfoque de uma entidade sem fins lucrativos que preservava a medicina liberal, a autonomia do ofício e a relação médico/paciente. Três anos depois, vem a de Piracicaba e a de Campinas. Em 1968, são criadas mais 35 cooperativas.

A Unimed Aracaju começa tímida, todos desconfiados dela, poucos ousam se credenciar outros menos ainda se cooperar. Seguindo o destino de suas co-irmãs, vai crescendo e se estruturando. Seus gestores dão o melhor de si para viabilizar tão importante projeto e assim vão trilhando por anos o caminho da dificuldade, mas com progresso.

          Entretanto, descuidam-se da alternância de poder. Não percebem que, 12 anos após, em 1996, quando um grupo ousa renovar com uma chapa de oposição e quase chega ao poder, que a cooperativa não é mais a mesma. Exige transparência, participação ativa e democrática, alternância de poder, diálogo e desenvolvimento. Não demora muito para descer a ladeira do caos. Os problemas vêm à tona, por comentários nos corredores, pela imprensa, de forma sensacionalista e assustadora. E partem de discordâncias internas até transpor as paredes da discrição. E vêm também o impedimento e  afastamento impostos pela Assembléia Geral Extraordinária de fevereiro de 1998. Superada uma rápida interinidade, assume então os destinos da cooperativa um governo provisório, inexperiente, quase todo formado por membros da remanescente chapa de oposição, oriunda da SOMESE e com forte envolvimento com a classe médica. Implanta a gestão participativa, chama o cooperado para o sacrifício, dois anos para bancar o prejuízo que beira a casa dos 9 milhões. As coisas começam a mudar e ocorre uma melhora da imagem da cooperativa junto à sociedade.

         Com um marketing arrojado, criativo, ousado, recupera o prestígio  e a clientela perdidas. Implanta o pró-rata, ou seja, a remuneração do dono somente é calculada depois de quitada todas as despesas, acaba a onda de empréstimos para saldar prejuízos.        

         Em 2000, os cooperados elegem esse grupo, sem pestanejar, para um mandato regular de 4 anos e em 2004 o reelege novamente sem disputas. Nesse árduo caminho, a Unimed enfrenta as arbitrariedades do sistema confederativo Norte/Nordeste, desafia suas normas vigentes que apresentam indícios de favorecimento, rejeita projetos e programas sem o respaldo de estudos técnicos e finalmente sai dele quando passa a incomodar demais aos donos do sistema que se perpetuam no poder sem voto e com barganhas. Passa para o outro lado, integra a Unimed do Brasil, mais avançada, participativa e com gestão focada no futuro e nas exigências legais. Aposta certa e pioneira. Cresce com o novo sistema e até o supera em algumas circunstancias. Torna-se modelo de gestão, exemplo para muitas cooperativas de todas as partes do Brasil, do norte ao sul, que enviam seus técnicos para ver como ela atua em determinados setores e termina até sendo elogiada pelo órgão regulador, a Agencia Nacional de Saúde.

         Líder inconteste de mercado, por seis vezes seguidas a mais lembrada pelos sergipanos quando o assunto é plano de saúde (TOP CORREIO), com forte atuação na sociedade sergipana, apoiando e incentivando o desporto, a cultura e as artes, pregando o humanismo e cultivando a qualidade no atendimento aos seus mais de setenta mil clientes, é essa a Unimed que no dia 13 de janeiro último, discretamente, em uma Assembléia Geral Extraordinária ocorrida no auditório do Banese, marcada por coincidência no mesmo dia de sua fundação, aprova por unanimidade o plano de negócios de seu complexo hospitalar. É o que faltava para essa administração que se despede em 2008, deixando para os seus clientes um hospital de padrão elevado e uma história escrita com tinta de ouro, num livro aberto encharcado de suor.